Revelações de subconsciente...

Este texto foi escrito originalmente em Agosto de 2005 e sofreu adaptações em Fevereiro de 2012... 

Dedicado aos corajosos que decidiram "sair da Matrix" e enxergar a vida por uma outra perspectiva... 

)O( Blessed Be! )O(
Niamh

"O que não é vivenciado, não é compreendido". Não sei se esta frase é minha ou se absorvi lendo de algum lugar, mas é completamente verdade. É bem difícil compreender a experiência interior alheia quando a gente não vivenciou na pele algo, no mínimo, semelhante. 

Às vezes, alguém olha para outra pessoa, achando que ela é "paradona", distante,, lenta etc., e já julga (no sentido de preestabelecer padrões comportamentais), sem ao menos tentar entender o que poderia estar causando isto... Falta de estímulo, depressão, problemas de qualquer gênero... Pode ser várias coisas...

O que sempre questiono quando me deparo com este tipo de situação, é o seguinte: a pessoa que preestabeleceu o que 'acha' que o outro é, já viveu algo semelhante? Seja por si mesmo ou através de alguém próximo? Tentar observar o outro sem conceitos pré estabelecidos, sem tentar encaixá-lo em padrões de conceito limitados, às vezes simplesmente absorvidos sem questionamentos, através de uma sociedade limitada ou passado através das gerações, é um trabalho muito difícil. E para poucos ainda, infelizmente. Não que isso seja uma grande coisa, ou algo digno de louros. Ao contrário, implica muito trabalho, e por várias vezes, um trabalho bem dolorido, pois quem se dispõe a isso, precisa colocar abaixo uma série de coisas, "sair da Matrix", tirar os "véus de Maia", sair do estado de dormência em que muitas pessoas se encontram, deixando a vida passar sem questionamentos... Isso implica tentar enxergar o mundo por uma perspectiva cada vez mais ampla, e isto é bem trabalhoso e não acontece de uma só vez... (Isso me lembra o filme The Wall, do Pink Floyd... Aquelas massas bitoladas que fazem sempre as mesmas coisas, geração após geração, e vivem no "automático").

Algumas pessoas consideradas lentas por outras, ou até mesmo "paradas", podem estar, na realidade, fazendo todo um trabalho interno de (re)organização, para que tenham condições de agir. Em alguns casos, podem, de fato, estarem mentalmente confusas, pois resistem a muitas mudanças repentinas e acabam não conseguindo agir no tempo esperado pelos outros por se perderem no turbilhão de seus pensamentos; ou se deixam levar pela pressão externa imposta, mas no fundo, seu ritmo é diferente, o que acarreta no fato de não conseguir fazer nem uma coisa e nem outra, pois não quer respeitar o próprio ritmo e, ao mesmo tempo, não consegue acompanhar o ritmo imposto pelos outros, ou pela sociedade.

São três situações diferentes que acabam sendo "sentenciados" no mesmo padrão, mas as sutilezas que existem nos comportamentos descritos anteriormente, não são observadas. Claro... É mais fácil viver assim... Pensar demais cansa... Óbvio que sim! Viver na "Matrix" é mais simples! Viver em estado de dormência nos impede de enxergar as coisas como elas realmente são e, por isso, não precisamos olhar para o nosso próprio poço, pois fazer isto dói, traz sofrimento, tristezas, mágoas... É... é melhor continuar na "Matrix"... Por isso, ainda é para poucos...

Agora, descrevo uma metáfora, para tentar ilustrar como podem funcionar essas mentes mal interpretadas:

Muitas mentes funcionam como o trânsito, e cada ideia seria como um automóvel... Às vezes, quando o fluxo de carros é muito intenso, acontece o engarrafamento e o trânsito para... ou fica mais lento.. o mesmo pode acontecer com as ideias e pensamentos... com o excesso de fluxo, acontece uma estagnação... e como no trânsito, começa o stress... No plano das ideias e pensamentos, essa bagunça toda geralmente é causada por cobranças, tanto pessoais como externas, e se o "dono da mente engarrafada" não consegue lidar com isso, a coisa pode complicar e trazer algumas consequências... Às vezes bem sérias... E aquele que está cobrando, pressionando, não consegue perceber isso, o que pode causar "acidentes" quando a situação chega a um extremo... Esses "acidentes" podem ser literais e comprometerem a saúde das pessoas, tanto física quanto psicológica... Isso sem mencionar a questão espiritual...

Em certos casos, a pessoa pode ter ideias ótimas, mas os "mundanos" que convivem com este indivíduo não entendem isso e acabam por colocarem dúvidas e empecilhos, gerando desestímulo, o que resulta em o outro não levar sua ideia adiante, mesmo com condições para isso... Por essa razão, uns desistem... Os mais "teimosos" persistem... Outros colocam a ideia em "stand by" para colocarem suas ideias em prática mais adiante... Em qualquer uma destas situações, há consequências, das mais variadas, dependendo do caso...

E vamos continuar vivendo na Matrix! Pensar demais cansa! 😏

Aqueles que decidem sair da Matrix, devem ter em suas mentes que, por mais que as coisas pareçam difíceis, escuras, paradas, engarrafadas, ou o que for, sempre existe aquela "luz no fim do túnel", sempre há esperança... É como a Jornada do Louco através dos Arcanos do Tarot, quando ele encontra A Estrela, logo após passar pelas trevas e pelo lado sombrio. A Estrela se torna o Brilho da Esperança, e renova as energias para que ele possa seguir adiante e alcançar O Mundo (momento devaneio através dos Arcanos... hehehehe)... Claro que nada acontece num piscar de olhos, mas é só lembrar daquele conto A Lebre e a Tartaruga... Ou do próprio engarrafamento, que vai lento, às vezes parando por um tempo, mas hora ou outra, acaba "desafogando"...

O problema que acontece com esse tipo de mente, são as pessoas que passam de "jatinho" por sobre o engarrafamento, não enxergam o fluxo e ainda perturbam o "trânsito", fazendo um barulho ensurdecedor, pouco se importando com a lentidão do "trânsito" da mente alheia...

E viva a Matrix! 😈

Apesar de tudo, o negócio é continuar trabalhando internamente para progredir... Sempre em frente (ou dobrando uma rua ali que outra), mas sempre em direção ao seu destino, ao objetivo a ser alcançado. Procurando manter o fluxo... Até conseguir chegar aonde se quer... Persistir... Sempre...